A Moda e Eu
Atualizado: 30 de jul.

Qual é a influência da moda na nossa vida? Quando ela começa? E como é feita essa influência?Há muitas considerações a serem feitas a este respeito e certamente são considerações que alguma pessoa especialista em moda possa fazer com eficácia. Apesar da moda ter se transformado ao longo do tempo, ainda permanece igual em essência dentro de nós em muitos quesitos. Refiro-me sobre a questão do status, do sentimento de estar dentro de uma elite, das pessoas ricas que podem consumir moda com frequência . Não sei se estou certa em pensar desta forma, pois certamente há pessoas que não pensam na roupa somente como status, mas como conforto, estética ou se sentir bem consigo mesma, se achar bonita, segura diante do espelho e de outras pessoas.
Mas quando a moda entrou em minha vida? Ela entrou quando comecei a tomar consciência do mundo, através dos meus pais. No momento que me levavam a experimentar roupas nas lojas. Não tinha idéia do que era moda em si, mas pensava em usá-las para brincar com outras crianças, mostrar a roupa nova que tinha adquirido.
No começo quem escolhia as roupas eram meu pais, eles eram mais tradicionais e por isso as roupas eram mais clássicas. Não compravam movidos pelos comerciais nos primórdios da TV , nem das revistas, talvez do cinema, mesmo que insconciente, mas pela qualidade da roupa, tecido, modelo, marca, mais ou menos por aí e o que ficaria bem em mim de acordo com o gosto deles, claro.
Muitas vezes não eram as roupas que eu preferia, porque muitos tecidos não deixavam meus movimentos livres para brincar e se sujar. Alguns tecidos me penicavam, principalmente lãs que usava no inverno. Então neste caso gostava de usar uma camisa de algodão por baixo da lã para não sentí-la.
Tenho impressão por causa do colégio , demorei a pensar em moda. Na minha época havia o tal do uniforme, um avental branco com uma gravatinha azul ou preta, nem lembro mais.
Através das séries da tv , comecei a querer roupas que os heróis usavam, mesmo que fossem homens, porque era o que tinha na programação , não sou da época da XuXa. Lembro que comecei a me apaixonar nesta época, paixão platônica, por um herói que até já tinha morrido. Fiz minha mãe comprar uma calça que mais se parecia com a que o herói se vestia, o qual era um cowboy, a influência americana era muito grande na década de sessenta.
Depois que entrei para o colégio, as influências foram as amigas, o que estavam usando no periodo, nas festas de aniversário, etc. Neste tempo, a moda já estava entrando através das novelas, das séries da Tv. Não seria diferente para uma menina com mais de sete anos.
Na adolescência, a moda já tinha uma conotação sexual, como atrair os olhares masculinos, ser mais notada por eles. Provocar impacto, charme, personalidade através da roupa e muitas vezes as comparações com as outras adolescentes surgiam e as rivalidades também.
Certamente a imaturidade da idade achou que as roupas eram mais importantes do que a própria personalidade, a simpatia, a amizade, muitos sofrimentos ocasionados por causa disso. Como se destacar , sendo não tão bonita, rica e tudo o mais? E certamente os meninos nem reparavam nas roupas que usava e sim pela amizade. No entanto, não queria amizade, queria namorar. Outro engano, nem sabia o que era o amor. O amor aprendido vendo filmes, novelas, amores irreais, extremamente românticos, fora da realidade.
Neste sentido, a moda começou a entrar na minha vida em todos os poros do meu ser, dexei-me levar até as útimas consequências por ela, nos seus modismos da estação, a partir dos filmes, dos ídolos da música pop e das revistas de moda, como Cláudia, Desfile, etc até finalmente começar a questionar, refletir sobre esta influência insana na adolescência e quando entrei na universidade e me aprofundei mais nos livros. Mas a moda não saiu das minha entranhas, ela se fixou na minha pele, faz parte do meu ser. Sinto-me bem usando uma roupa nova, mas já não tão insconciente como antes. Agora procuro conforto, praticidade ao invés de status, comparações. A moda tomou outro significado para mim. Procuro usá-la de acordo com minha personalidade, meu estilo de vida. E como uma pessoa que um dia quis ser desenhista de moda, também na adolescência,fiz alguns desenhos, a partir deste momento a arte se juntou à moda e nunca mais se separou. Não me tornei uma estilista de moda, mas me enveredei pela arte e até hoje sou apaixonada por ela. Neste caso, a moda já não é algo somente para seguir. E com o tempo deu para compreender o que há envolvido na moda e como a arte faz parte dela e que é preciso muito estudo e pesquisa para entendê-la cada vez mais. E resumindo tudo isso, constatar como a beleza é sua companheira. Ela muda através do tempo, mas essência dentro de nós permanece a mesma.